Juíza barra manobra de advogado; Arcanjo deve ir a Júri

Zaid Arbid tenta protelar julgamento de ex-bicheiro, acusado de mandar matar dono de jornal

advogado trabalhista
O advogado Zaid Arbid faz a defesa de João Arcanjo (detalhe), acusado de mandar matar Sávio Brandão

A juíza da 1ª Vara Criminal Mônica, Catarina Perri Siqueira, negou os embargos de declaração com efeitos infringentes interpostos pela defesa de João Arcanjo Ribeiro.

O ex-bicheiro foi denunciado pelo Ministério Público Estadual, em setembro de 2003, pela ordem de assassinato do empresário Sávio Brandão, fundador do jornal Folha do Estado, em 30 de setembro de 2002.

A magistrada determinou novo prazo de cinco dias, a partir da publicação da decisão, para que a lista com as testemunhas de defesa seja apresentada, sob o risco de preclusão, ou seja, a perda do prazo processual.

De novo, o advogado Zaid Arbid, que defende Arcanjo, argumentou que os recursos especial e extraordinários manejados pela defesa suspendem o julgamento pelo tribunal do júri.

E também, mais uma vez, questionou a resolução do Tribunal de Justiça, de que a medida usurpa a competência da União para legislar sobre matéria de natureza processual penal.

A magistrada disse, em seu despacho, que a pretensão da defesa é o reexame de toda a matéria que foi exaustivamente analisada e decidida.

A ideia do advogado criminalista é ganhar mais prazo e protelar o julgamento de seu cliente.

“Também está demonstrado que a defesa utilizou-se deste recurso para conseguir objetivo ilegal, na prática de manobras voltadas a retardar, injustificadamente, o andamento do processo, na provocação de incidentes manifestamente infundados”, escreveu Mônica Catarina.

Testemunhas de acusação

O Ministério Público já arrolou as testemunhas para o júri de João Arcanjo.

A lista apresentada pelo promotor João Gadelha é composta por quatro pessoas: o senador Pedro Taques (PDT), procurador da República na época; o delegado Luciano Inácio da Silva, que investigou o assassinato de Sávio Brandão; a irmã de Sávio, Luíza de Barros Lima; e o então diretor-geral da Folha do Estado, Ciro Braga Neto.

Sávio Brandão foi executado na tarde do dia 30 de setembro de 2002, por volta das 15h30, quando visitava as obras da nova sede de seu jornal, na Rua Tereza Lobo, no bairro Consil, em Cuiabá.

Foram disparados tiros de pistola 9mm, que atingiram a cabeça do empresário.

Sávio estava em companhia de um engenheiro da construtora contratada para erguer o novo prédio.

Segundo testemunhas, dois homens ocupando um moto o aguardavam numa esquina da rua e se aproximaram do empresário já atirando.

O ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, que chegou a ser considerado o chefe do crime organizado em Mato Grosso, está preso na Penitenciária Federal de Rondônia. A unidade é considerada de segurança máxima.

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